Está uma tarde parada com uma chuvinha que chora Ruas quentes agora onde ainda ferve o asfalto Silêncio absoluto. Umas pingas cortam-no em instantes ritmados batem na chapa torta mesmo aqui ao lado um pingue – pingue que parecem lágrimas espaçadas Estamos todos confinados. Menos aquele gato. Gato vadio que tem direitos que eu não posso. Passeia imune na rua por cima do telhado de chapa Uma chapa torta mesmo aqui qual fronteira farpada que recebe as pingas que cortam este nosso silêncio e serve de trampolim a este gato vadio que insiste Foge o gato. Volta o silêncio absoluto.
Algo que interessa ou não... Não sou única nem diferente... Gosto de desanuviar e, quem quiser desanuviar comigo, é bem vindo.