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E eu nem gosto de gatos. E os ratos são astutos.

As árvores. Frondosas. Vigorosas.

Espreguiçam-se em sombra pelos passeios

sentam-se nos bancos 

mesmo por cima das pessoas

esticam-se em braços fininhos

já sem folha, já só galho

já sem fruto, já nem flor

São apenas frondosas. Aparentam vigor.

E

já tudo aconteceu

uma e outra vez

uma e outra vez

cenas repetidas mil vezes

E não gosto nada de assistir

à mesma cena vezes sem conta

como se fosse sempre a primeira vez

simulando cara de espanto 

perante jogo tão intrincado

já nem gato, já nem rato

E eu nem gosto de gatos. E os ratos são astutos.





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