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- Cheira-me que vou gostar!

  - Cheira-me que vou gostar! – 

é sempre assim que penso quando piso

este pé fora da porta que me leva à rua

porque as paisagens respiram, 

os muros falam e murmura a lua

andam, como eu, os pássaros cansados

mas felizes de tanto voar

Os raios de sol, como eu, tão confusos

Há portas que se fecham, estreitam-se ruas

mas há sempre avenidas que se alargam, 

árvores que se exibem e bancos que se espraiam…

E umas nuvenzinhas descaradas sempre a insistir.

E assim eu. E, aposto, assim tu.





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