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Mensagens

A mostrar mensagens de junho, 2022

Diploma de Excelência

 Agora em final de mais um ano letivo... Diploma de Excelência para todos aqueles alunos que: - Cresceram com pouquíssima estimulação e experiências  - Nunca ouvem um elogio - De quem já se espera sempre o pior - São à partida culpados, mesmo que dessa vez não tenham sido eles - Não veem um palmo à frente do nariz, mas não têm óculos ou estão todos riscados - Já nasceram com um rótulo - Tem défice de atenção mas não têm recursos para, em tempo útil, serem medicados - Apenas se podem evidenciar pela negativa, de outra forma, ninguém repara neles  - Vivem com um avô ou avó com bastante idade, porque os pais foram embora - Têm uma família que não sabe ensiná-los, não lhes sabe fazer apontamentos ou perguntas para os testes - Crescem a ouvir falar incorretamente o Português - Não tomam pequeno almoço - Vivem num jogo do empurra entre cá e lá, porque na realidade ninguém os quer - Levam para casa os trabalhos que não souberam fazer na escola - Não sabem fazer os TPC e não têm quem os ajude,

É!

É bom Acordar cedo seja em dia primaveril seja em dias de tempestade É conforto comprovado o Banho de cada início de dia e uma roupa lavada É um prazer indescritível o sabor do Café da manhã mais o cheiro das torradas E é luxo inquestionável esse sair para a Rua para ganhar o Pão nosso de cada dia É claro que é também impensável passar por um dia sem problemas mas convém seres grato pelos momentos Bons e pessoas Boas que te ajudam a superá-los E quando estiveres cansado, maçado ou desiludido, é bom que te recordes que há Amanhã É mais um dia, uma nova Oportunidade para fazeres diferente e melhor, em Paz Lembra-te! É bom estar entre a Gente que nos quer bem, é bom Abraçar e dizer Obrigado! É bom estar sozinho quando assim tem de ser É fundamental saber intercalar o trabalho e o passeio, o Dever e o Prazer É tão bom Conversar numa esplanada e olhar o Mar É um privilégio trabalhares, estudares, lutares por todos os teus desejos É Beleza apreciar o que a Natureza tem para te oferecer, resp

com outros olhos de ver

aquele mesmo poema que te acompanha desde sempre do mesmo jeito por hábito um dia reparas nele com outros olhos de ver (há que reaprender a olhar para ti): tu és o mesmo poema de sempre mas nem imaginas o quanto mudou aquela que te lê

dias limpos

As nossas vidas não são duas vidas. E é por dentro do amor que tudo se resolve. Somos uma só vida e estes são dias limpos. Águas calmas que nos sossegam das tempestades. E sabes bem que os meus olhos são de terra azul Não te esqueças de os alimentar!

boarding

O passarito piou tão baixo que quase perdeu a vez e a voz mas valeu-lhe a pena! Nunca resignado à sua condição barro de pássaro cuco que aceita ordem escusa trágico príncipe das manhãs cuja bandeira é grito mudo foi vencido! Mas pelo arrojo de se deixar cair e saber-se não corpo quente, mas novo caco degrau de regalia que permite, novamente, seguir a luz.

Que belo começo de dia!

Agora que ficou por dentro a casa pronta chegou ao jardim a sua vez Agora que me plantei árvore, para que possa ver crescer não me vou daqui embora. Esta é a parte mais clara deste quadrado de placidez por ora, terra bravia, ervas daninhas em rebeldia mas, muito em breve, lírios e margaridas tulipas e ervas cheirosas, flores de todas as cores ancinho e balde na mão - que alegria! que alegria!  Que belo começo de dia! (foto de Angelica Barry)

um dia, dizias – despertando…

Está lá tudo. Duas vidas. Uma ponte.  Uma escada. E uma canção. Devias ser uma canção e uma boca uma mão aberta, uma minúcia Ruas estreitas com bancos do jardim Um abraço - algo assim imediato, um encontro raio de luz, olhos abertos um dia, dizias – despertando…

Difícil

Algum dia tinha de ser dares o primeiro passo dares a cara dares o corpo ao manifesto Dar mesmo. Dar sem necessitar receber. Difícil!

Sê gentil contigo quando olhares para trás

Sê gentil contigo quando olhares para trás É a tua orgulhosa história! Foram precisos todos esses degraus para matares essa tua sede e acolheres, de forma eficaz, este teu presente de paz.

mesas para dois

Gosto particularmente de me escrever na segunda pessoa do singular porque é aquele singular que rejeita a solidão num teimoso sabor a dois É um tu que me abarca e te abraça como se nos conjugássemos na primeiríssima pessoa do plural.

Ó vida simples!

Um cantinho a norte que é a tua morada.  Ó vida simples! Prossegue. Vem, senta-te, ouve e fica.

- Cheira-me que vou gostar!

  - Cheira-me que vou gostar! –  é sempre assim que penso quando piso este pé fora da porta que me leva à rua porque as paisagens respiram,  os muros falam e murmura a lua andam, como eu, os pássaros cansados mas felizes de tanto voar Os raios de sol, como eu, tão confusos Há portas que se fecham, estreitam-se ruas mas há sempre avenidas que se alargam,  árvores que se exibem e bancos que se espraiam… E umas nuvenzinhas descaradas sempre a insistir. E assim eu. E, aposto, assim tu.

Um vender um dos teus pães para comprar um lírio

É esta geometria riscada a luz e sombras.  Aceita. Lembra, se preciso for. Mas aceita.  É preciso sair da ilha para ver a ilha (só agora te percebo, ó Saramago).  Nada é garantido e, no entanto, tão leve de carga.  Porque agora não esperas nada.  Um vender um dos teus pães para comprar um lírio.  Ficar entre uma guerra que acaba e outra que começa.  E neste intervalo, ter tudo.  É esta geometria riscada a luz e sombras.  É este o momento, mulher, em que te enxergas que és sublime. Aceita. (devaneio, tendo por companhia o Mendonça - Tolentino, na esplanada)