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Doçura

 Ao teu ouvido murmuro

o que mal podes ouvir

um suspiro, um grito mudo

os teus lábios que procuro

quase parecem sorrir

como se dissesses tudo.


Há um sussurro que cai

nos lábios entreabertos

tua boca qual promessa

E como um rio que vai

a esses lábios desertos

dar de beber água fresca


Murmuro ao teu ouvido

mil coisas de uma só vez

e com meus dedos percorro

o teu corpo agradecido

na pele da tua nudez

num momento eu vivo eu morro


Tenho a minha mão na tua

nossos dedos enlaçados

teu colo sei-o de cor

não tarda virá a lua

fecho os olhos bem fechados

pra te poder ver melhor


Minha mão na tua mão

Eu procuro nos teus lábios

o travo do fruto maduro

E teus olhos que me dão?

Doçura, silêncios sábios

que ao teu ouvido murmuro.


Miguel Bastos





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