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E o Universo repôs a ordem e estalou o verniz!

As grandes cidades têm a mágica capacidade de nos deixar ludibriados com a movimentação, a energia das muitas coisas a acontecer, do apelo ao consumo… tudo parece bonito e bom e em promoção… um mar de oportunidades!!! 
As grandes cidades têm também a capacidade de nos deixar anestesiados perante a miséria e a pobreza, de nos ensinar a hipocrisia social de nos exibirmos felizes e consumidos, passando impávidos por aqueles a quem a vida chicoteou. 
Nas grandes cidades convivem lado a lado dois tipos de animais: os que arreganham a dentadura e os que oferecem, submissos, o cachaço. 
E feliz daquele que tem tempo e serenidade para pensar na desgraça dos outros! 
E estes meus desabafos vêm na sequência do trágico, mas feliz, acontecimento do bebé que constituiu notícia esta semana. Chocou, alertou, lembrou, mostrou, desabafou!
Há tendas e tendas! Há as tendas esplendorosas e mágicas do campismo que remetem para férias, aventura e passeio. (Eu própria guardo memórias magníficas das minhas experiências em tendas de campismo!) E há as tendas que são a última escapatória, o refúgio, a solidão! E, neste caso, ninguém viu esta tenda! E se alguém a viu, andava demasiado absorto e ludibriado pela magnificência da cidade em promoção.
Poder-se-ia ter arreganhado a dentadura, mas não… ofereceu-se submisso o cachaço!
Eu acredito nas forças do universo! E todos nós somos forças! Cada um mexendo para o seu lado! Cada um com as suas alegrias e dores! Uns têm garra, outros não! Uns têm amor próprio e resguardam-se, outros não! Uns vão à luta, outros vão desistindo! Uns têm apoio, outros estão sozinhos no meio desta imensidão que é o universo! Às vezes, há um momentâneo impasse… Mas mais cedo ou mais tarde, tudo tem uma solução. Talvez a solução encontrada por esta mulher não tenha sido uma decisão. Não foi! Foi reação! Impulso visceral! Foi andar de um para zero!
O certo é que são menos dois na tenda, neste momento! 
E cada um, neste momento, terá o seu teto no Natal! E o Universo repôs a ordem e estalou o verniz!
E lá continuaremos, nós, amanhã (ou hoje mesmo), passando indiferentes e absorvidos sem ver as tendas que não se entendem…
Como alguém cantava…às vezes, basta uma imagem, uma palavra…

Mónica Costa





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