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A Paz!... esse conceito abstrato

Fazer as pazes é termo bom e mais, muito mais, do que fazer a Paz A Paz!... esse conceito abstrato mas que só se concretiza quando em mim e em ti quando inicia por o que está mais à nossa mão. A minha paz, a tua paz, fazer as pazes feitas assim uma da outra
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o que fomos e o que somos

Cada vez mais extremos disto e daquilo.  Ou se está pateticamente feliz ou exageradamente deprimido. Ou se está morto de cansaço pelo trabalho excessivo. Ou parados num tempo inútil. Ou nos (des) encontramos ou nos isolamos.  Ou vivemos no caos ou vivemos na exímia ordem.  Já não há lugar nem paciência. Ou é oito ou oitenta. Parece que só ambicionamos o excesso, a estrutura. Vivemos atafulhados de estatutos e de planos cumpridos ou por cumprir.  Idolatramos os pés bem assentes no chão, os horários certos. Ambicionamos a confiança, o definitivo, mas vivemos de pé atrás. Queremos ser os lugares certos, mas atormentados pelo desejo. Viramos o rosto para o chão com medo de pisarmos as nuvens.  Temos receio do novo, da doença, dos fins e do bicho papão. Invade-nos a apatia, o desconsolo, subsistem as horas incompletas.  Somos cada vez mais chumbo ou ferro ou dor. E menos flor, fogo, ar ou luz.  Somos cada vez mais almoços atrapalhados e relações de circunst...

nada realmente está perdido

Sozinhas ou acompanhadas.  Riem, choram, disparatam, fazem crochet. Cuidam-se e cuidam, compõem as flores nas jarras e as jarras na mesa e saem para comprar hortaliças, ouvem música e dançam.  Bebem chá e mexericam com as amigas ou vizinhas.  E mesmo que, com a idade, fiquem malucas O lema sempre será agitar.  Os homens nunca perceberão o que as mulheres podem.

mas o mar continua colado ao vidro da minha alma, embaciando o que escrevo com o seu ritmo matinal

 Ir até ao mar por becos e ruas por asfaltar seguir em frente e anotar quase todos os números das portas para ver que o que a conta dá. Virar à direita conforme dita o trajeto mais longo e continuar. E lá ao fundo, por entre duas paredes brancas três árvores vergadas. Daquelas que se acendem à primeira luz, mesmo em dias de tempestade. E é neste preciso momento que o antevês. Estás quase lá. É continuar. Segues em frente, divides a larga estrada em duas. Avanças. Abre-se o peito. E lá está o mar. Imperioso! É este caminhar para ti que me faz andar. ( o título é de Nuno Júdice)

ser mais

ser mais um dia para poder conseguir mais uma vez repetir  se preciso for gostar, sorrir encarar cada fim como um início outra vez

cidades

corremos nelas ou elas em nós? são os nossos olhos que rasgam a noite? ou é a noite qual onda que nos atravessa subitamente?

para que nos lembremos

Simões de Almeida aproveitou-lhe a cabeça e descobriu-lhe os ombros.  E perguntou à menina de sua mãe se a podia esculpir em nome da pátria.  A mãe concordou desde que a resguardassem. (mal ela sabia que a res publica vai tão maltratada... ) A rapariga chamada Hilda Puga (dizem, alguns, alentejana de gema) viveu 101 anos de forma brava e decidida enfrentou as mazelas necessárias para que se fizesse à vida e ainda hoje teima em aparecer, de quando em vez, para que nos lembremos que isto não pode ser a república das bananas.

E pesado, assim, ando inclinado como uma árvore

 Perguntei -lhe:  - O que guardas? E respondeu: o que me atormenta e o que atordoa o que atenta e me alenta, o que soa o que me fascina e o que ensina o que me levanta e o que ressoa em mim vives e vibras e ficas com o mais comovente como a alegria, pura e espontânea, o mais subtil como a atenção e a partilha, e o mais precioso como a companhia a tua mão, a tua mão  eu que sou poema guardo em mim,  há o sal e a água mais aquilo que se esgota há também o sol e o pão  mais o caminho que se gosta

a fazer lembrar o ofício de um dia por inteiro

não me apetece clara nem lavada indumentária nem sequer um outfit pensado quero uma ganga escura, esfiapada pelo uso a fazer lembrar o ofício de um dia por inteiro uma espécie de macacão que me cubra da cabeça aos pés a medir-me de alto a baixo tecido rijo que me proteja dia a dia do que insiste e subsiste e que aos poucos vá virando pele e seja a minha imagem de marca do que me arquiteta lua a lua, sol a sol