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Mensagens

uma casa sabor de largar e chegar

Janela aberta faz a casa respirar fica o lugar iluminado. Posiciona-te bem no centro dela nariz no ar como quem fareja retém a lufada que a areja expira suavemente libertando rasgo de alento que a faça transformar. O teto em céu aberto que ateie o fogo da lareira em vez de o apagar deixa-te fluir qual onda endiabrada escorrega-te pelo corrimão qual ser em brincadeira coloca as flores na mesa e a jarra bem no centro dela deixa o ar escancarar as portas. Não leves a tua casa tão a sério. Faz dela uma janela praia da porta porto de mar sabor de largar e chegar sítio de ficar mas também de ir se o desejares.

dar corda ao coração

Dar corda uma vez e outra mais e se a força falhar insistir e prestar atenção às coisas cujo nome já se conhece e tornar a dar a volta tornar a dar dar a corda ao coração e é neste entreter que reside a paixão da Vida

é só dançar ao sabor da Vida!

um certo Johnny - aqui vem ele canta, canta, toca e dança Johnny, Johnny – é mesmo ele toca e canta, canta e dança toca Oldies e Goldies espalha doces melodias trauteia rudes cadências acima de tudo, tem movimento o movimento dos corpos que vibram tem dedicação, devoção transforma escuridões canta e dança, toca e dança ensina e conhece os passos da vida ensina que passos há muitos e há sempre uma canção para cada um e é simples é só dançar ao sabor da Vida!

majestosa fileira

É majestosa a fileira de árvores imperturbáveis nestes campos abandonados algumas demasiadamente belas outras demasiadamente reais quantas dignas de piedade e outras, ainda, tão cobiçadas umas exibem precocemente seus braços de florir algumas sabem pacientemente esperar o tempo certo quantas são, apenas, chão de lavrar e quantas outras se sustentam de ilusão pura à espera que navegue a lua Aprende, então, o que és só mais uma árvore do caminho a saber ser serena em sua fileira a assistir majestosa aos movimentos daqueles que gastam a vida inteira a regatear orçamentos (reinterpretação da letra da música The forgotten fields, Echo & the Bunnymen )

É HORA DE ASSUMIR O CONTROLO (se conseguires…)

10, 9, 8, 7… PREPARAR 6, 5, 4… TUDO A POSTOS 3, 2, 1 É HORA DE ASSUMIR O CONTROLO (se conseguires…) O planeta Terra agora é bem mais azul mas eu estou aqui numa lata velha a mais de 1000 quilómetros por hora e a nave sabe bem o caminho a tomar eu simplesmente flutuando de um jeito peculiar O planeta Terra é, agora, bem mais azul! Mas nada mais há a fazer 10, 9, 8, 7, 6, 5, 4… Conseguiste, finalmente, passar por essa porta As estrelas, agora, são diferentes parecem ainda mais belas, vistas deste ponto. 3, 2, 1… É HORA DE ASSUMIR O CONTROLO (se conseguires…)

Continua sorrindo brilhando iluminando

Nunca pensei em sentir-me assim e, na parte que me toca, estou feliz por te poder dizer que acreditamos no amor.   E mesmo que, um dia, tenha de me ir embora, fecha os olhos e tenta sentir tudo o que de maravilhoso partilhamos.  Continua sorrindo, brilhando e iluminando. E lembra-te que: Os amigos servem para os bons e maus momentos.  Servem para estar do nosso lado.  É para isso que servem os amigos! Se por um acaso, estivermos separados, lembra-te destas palavras que ficaram no coração.  Continua sorrindo, brilhando e iluminando.  Apareceste para que visse e reparasse.  Apareci para que visses e reparasses. É para isto que servem os amigos!  É por isto que te agradeço.

irónico

O senhor Joga Seguro sempre teve medo de voar. Fez a mala. Beijou os filhos, em jeito de despedida. E esperou. Uma vida inteira.  E nunca chegou a partir.  O avião caiu.  Aliviado, disse: «Ainda bem!» Irónico, não? Soube a chuva em dia de casamento, a dádiva pré-paga ou a bom conselho recusado. É que este senhor joga sempre pelo seguro e, portanto, já estava à espera. E esperou uma vida inteira. A vida tem a sua piada, um certo jeito sub-reptício, algo cobarde, de te ajudar quando tudo corre bem e de te afundar ainda mais quando tudo corre mal. Irónico, não? A vida tem a sua piada. Sabe, por vezes, a engarrafamento quando já estás atrasado. Parece que soa a placa do «É proibido fazer!» quando te preparas para o fazer. Sabe à sorte de teres dez mil colheres quando precisas apenas de uma faca. Sabe à angústia de encontrares, finalmente, o teu príncipe encantado com a sua encantadora companheira. Irónico, não? O senhor Joga Seguro sempre teve medo de voar. E nunca chegou a partir. Por uma

aqui em Boémia

quem és? de onde vens?  somos ou não somos inimigos? sou apenas um pobre rapaz já nem pretendo que me cresçam as asas já é tarde demais e é grande a perda já nada importa porque tal como facilmente tudo chega também muito facilmente tudo se vai é seguir em frente e encarar a verdade sou o teu companheiro ajudante uma espécie de Mefistófeles, tal mal compreendido mas, afinal, o único que entende a forma como todos somos tratados e te ajuda na fuga aqui em Boémia, correm mais rápidos os dias,  e talvez nem estejas de volta a esta hora amanhã… sabes, perfeitamente, que contamos ambos com a colaboração daquele que sabe escapar a qualquer tipo de situação Scaramouche!  Scaramouche!

vento que passa

Quantas estradas mais terão de ser percorridas? Quantos mares sobrevoados, ó branca pomba? Quantas balas mais terão de ser disparadas? Quantos anos mais existirás, ó mar,  com essa montanha ao teu lado? Quantas vezes mais conseguirás olhar sem fingir que não vês? Quantas vezes mais serás capaz de ouvir e ficar indiferente ao choro dos que estão do teu lado? Quantas mortes mais terão de acontecer? Quantas pessoas mais terão de sobreviver sem liberdade? A resposta, meu amigo, ….