há tantos e tantos neste mundo:
há os que esperam pela hora da sorte,
e os que curtem as benesses do azar,
há gente jovem, mas envelhecida
há gente velha de alma jovem,
há os sozinhos e os acompanhados,
os que veem tanto, mas nunca entendem nada,
e os que topam tudo à distância.
tantos e tantos! por este mundo fora
há os que sorriem e os que choram,
os simples e os complicadinhos,
há gente feliz com lágrimas,
os que sorriem por não saberem chorar
e gente tão seriamente feliz.
tantos e tantos! somos o mundo
há os de fora que entram e os de dentro que se esgueiram,
os que andam evitando a morte, escapando na luta
há os que vivem e os que sobrevivem
os dos pedaços de vazios e ódios instalados
há os irremediavelmente desastrosos
ou os fabulosamente imperturbáveis
há os que se sentem puros e os que se pensam pecadores
há os que acham que só acontece aos outros
há os que vivem de ausências e os tão cheios de multidões
há os que se sufocam armadilhados,
há os que são todos ouvidos e há os faladores
há os que são amores votados ao fracasso
há os que, sortudos, amam sem medida
há os grandes palermas disfarçados de tubarões do mar
e há sempre um espião em movimentos cruzados,
há os inadequados e os que apalpam qualquer colher
há os que querem e os que não sabem o que querem
há os desesperados e os acomodados
tantos e tantos!
coitados! - dizes tu
como se não fosses um deles…
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