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Deixa… que a paisagem sou eu que te observo

Ver-se-ão ao fundo traves de ferro cruzadas como se fosse um escudo, segurando os dois lados. E, no meio, um rio que dizem d’ouro. Por cima das grades, ver-se-á gente que desfila cuidados. Os do passeio. Um ror de gente que insistirá em não ter um ponto de chegada. Tu lá andarás para trás e para a frente, sozinha ou acompanhada. Passa pouco das seis da tarde e ouvir-se-á daqui a nada o comboio que passa num tilintar de ferros. 

Mas quando subires o olhar, ver-me-ás. Eu, gaivota do Duque de Loulé, em silêncio e parada que nem uma estátua à espera de ser fotografada para que apareça no teu registo de futuro. E exibir-me-ei como se te dissesse «Deixa… que a paisagem sou eu que te observo».





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