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o meu azul

Acontece já há muitos anos o mesmo. Chegava com vontade de pisar a areia. Eram pés pequeninos, na altura. Baloiçava este corpo com energia e corria que me fartava pela areia fora até à água. Tinha receio que o mar se fosse ou o dia não chegasse para tanta brincadeira. O pai ralhava, a mãe ralhava e eu feliz. Encantada por este azul.

Acontece há muitos anos o mesmo. Chego com vontade de pisar a areia. Os meus pés agradecem-me a gentileza. Andam cansados, por vezes, porque nem sempre este corpo baloiça leve e com energia. Já não corro. Sei que o mar não foge e que o dia chega perfeitamente para o que quero. O pai já não está, a mãe já não tem forças para ralhetes. Eu cá estou para ti com o mesmo sorriso de menina encantada pelo teu azul.




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