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Nem mesmo esta árvore que esperou por mim durante um ano inteiro!

Tenho quase a certeza que só esta manhã é que me veio à lembrança que estamos no Natal! Época de comunhão! E andava eu tão absorta que nunca mais me lembrei da árvore natalícia. Lá ficou encaixotada desde o passado dia sete de janeiro e, até hoje, ainda não tinha dado sinais de vida. E agora que olho esta árvore, ainda por decorar, é que parei…De vez em quando, temos de parar, não é? Pois, foi o que me aconteceu, estagnei num pensamento… 
É Natal! É Natal! E por falar em comunhão, estamos naquela mágica e incontornável época do ano! Altura propícia para balanços e inventários, o registo do Deve e do Haver. E por falar em comunhão… Quem fez o quê? Quem merece? Quem pode estar presente? Quem pode e não quer? Quem não pode e quer? Para onde devo ir? Onde fico melhor sem chatear muito? Com quem quero estar? O que comer? Quando comprar? O que comprar? Será que tenho tempo?  E lá andamos nós esgotados nesta lista interminável de questões efémeras, desejando um dezembro com 62 dias ou, então, um mês completamente banal sem a especialidade do vinte e quatro e vinte e cinco, números, aliás, mágicos para alguns!
Mas, por falar em comunhão, a pergunta mais pertinente de todas é: O que andei a fazer durante todo o ano até aqui chegar?
Andei espantada! Começo a acreditar que cada vez mais olho para as pessoas e coisas com ar cada vez mais espantado. E o espanto advém do facto de começar a duvidar se as pessoas e as coisas que julgava como minhas me pertencem realmente. Foi isto que andei a fazer todo o ano! A apreciar esse espanto que é o meu e das pessoas que fui descobrindo. E tenho quase a certeza que este é o princípio da Paz! Acreditar que nada nem ninguém nos pertence! 
Nem mesmo esta árvore que esperou por mim durante um ano inteiro! 

Mónica Costa





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