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saudei o sol

porque não sou nem estou sozinha só fico às vezes faço-me companhia

apenas é preciso treinar os olhos

Nesse momento o caminho fica mais difícil, porque por mais que uma pessoa possa estar satisfeita com o que a vida lhe reserva, não se exclui que, no fundo, ela sempre nos reserve um empurrão para o rio acima e nos atire a alma e o corpo em busca de outra coisa. Espíritos gémeos existem. Eles chamam-se, perseguem-se, procuram-se e a sua busca mútua é algo tão natural que nunca exige tensão. É uma questão de vibrações imperceptíveis e harmoniosas. Afinidade é música que cada um de nós precisa saber reconhecer. E ouça! Química perfeita do corpo e também da mente existe. E o mundo precisa de tudo isto para seguir em frente, uma espécie de tensão evolutiva, equilíbrios que são constantemente testados, destruídos e reconstruídos infinitamente. (…). No amor não existe equilíbrio perfeito, nem meio caminho. Apenas é preciso treinar os olhos, porque as mentiras muitas vezes encaixam perfeitamente nas roupas da verdade. O amor verdadeiro é para os corajosos. É só para quem pode esperar. E são re

sei

 Nada se atrasa. Tudo se aperfeiçoa. Tudo se clarifica. Nada chega por acaso. Sei de um lugar e porque cá estás.

Ninguém meu amor

Ninguém meu amor ninguém como nós conhece o sol Podem utilizá-lo nos espelhos apagar com ele os barcos de papel dos nossos lagos podem obrigá-lo a parar à entrada das casas mais baixas podem ainda fazer com que a noite gravite hoje do mesmo lado Mas ninguém meu amor ninguém como nós conhece o sol Sebastião Alba

Sacudo a poeira da estrada

Sacudo a poeira da estrada Deixo a maré alta à entrada Limpo um e outro pé da deriva Dou duas ou três voltas à chave Respiro fundo de alma servida E entro nesta que sou de verdade. (foto de Johannes Palm)

às mulheres

às mulheres (esse sexo tão fortemente fraco!) que recompensam os fracos e amparam os fortes. (palavras das minhas com uma pitada de Pedro Mexia e pintura de Gregory Manchess)

São quase três e vejo o sol a sorrir

Podes vir! São quase três e vejo o sol a sorrir. Conto os segundos. Podes vir! Passam já 12 minutos das duas. E às duas por três, está na hora de acabares e vires. Podes vir! Depressa. São quase três. Está o mar à espera. O sol diz que sim. Traz a toalha, o chinelo e vem! Já pedi o café. Podes vir! Passam já treze minutos e dois segundos. Está a esplanada fresca. Reservei um lugar para ti. Podes vir! Vem depressa. São quase três e vejo o sol a sorrir. Mas quando chegares a pressa some e a calma é que manda…

põe-te no teu lugar

Tanto se diz da empatia - essa armadilha terrível de nos conseguirmos colocar no lugar do outro, entendendo as suas posições e decisões, desculpando até o indesculpável.  Mas, um dia, desviando o olhar para nós mesmos, mudos e quedos, procuramo-nos. E uma voz fininha e infalível sussurra-nos «Põe-te no teu lugar!» (produção artística de Quint Buchholz)

há de ser dia de sol este que se espera

Foi assim exatamente o que, bem cedo, aconteceu.  Eu sei bem o que sinto quando se rasga a luz pela minha janela. Vai ser dia de sol! E esta é a constatação da felicidade. E sou daqui desta terra onde há um cheiro especial e uma sonoridade peculiar que estala nestas ruas. E fico em pulgas para sair. Gosto de assistir ao cedo acordar das gentes madrugadoras, aos preparativos das bancadas, aos primeiros chilreares, aos gatos espreguiçadores, ao tímido ladrido dos cães sem abrigo. Gosto de ver as pessoas a subir as persianas e ver do lado de fora a luz a entrar- lhes por ali adentro. Imagino a felicidade de sentirem, também, que há de ser dia de sol este que se espera.