João olha o mar. Está sozinho perante a imensidão do oceano. Veio para refletir. Pensar na vida. E respira. Nunca esta ação deste sujeito poderá ser interrompida por qualquer virgulazinha intrometida. A não ser que…. …pois…. aconteceu o que João não desejava! - João, olha o mar! (Aqui está! O João, o mar e a mãe do João). A mãe do João que daqui a nada estará a recomendar-lhe: «João, recua! Ainda te afogas!» Ela não entende que o rapaz tem quase vinte anos e precisa de observar o mar a sós. O certo é que a virgulazinha decidiu intrometer-se entre este sujeito e o puro ato de contemplação. E lá se foi o ato contemplativo! Ai! A vírgula! Esse reparo pequeníssimo e pendurado na linha da frase a tentar resistir, fazendo-nos lembrar que os pequenos pormenores existem e marcam a diferença sem chamar a atenção. Às vezes, até nos esquecemos que ela existe ou colocamo-la num lugar inadequado. Ela lá vive angustiada mas sobrevive. Como agora…devia ter aparecido ...
Algo que interessa ou não... Não sou única nem diferente... Gosto de desanuviar e, quem quiser desanuviar comigo, é bem vindo.