Que tal começar por uma personagem? Quero que se chame Renato. E quero que ajude o seu pai Alfredo a arrumar uma mala. Mas não será uma mala qualquer. Quero uma mala onde as coisas entrem sozinhas e se dobrem por si só e onde os cintos se mexam como serpentes. Não quero que a mala seja de viagem, das paradisíacas. Quero algo mais triste e sério, do género partida em trabalho. Quero uma família que não seja normal. Quero algo mais criativo e diferente. Quero estranhos que morem numa cidade pequena com um carro pequeno e velho. Mas quero uma mala. Uma mala que simbolize um momento. De pai para filho. Quero uma despedida. Esta mala abrir-se-á em ferida. Uma ferida em estrada. Quero também um mar de roupa que simbolize a confusão. Quero um pai que falecerá e deixará a família triste. Um pai que só pensou em trabalho para dar uma vida melhor ao Renato.
(texto de Neuza Ferreira, aluna de 9º ano, desafio de escrita criativa lançado a partir do pequeno vídeo que acompanha este texto)
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