O que nos vale é que sempre nos encostamos
a um muro, a um banco, a uma rocha, um ao outro
E conversamos
E nós acrescentando, vendo surgir o fogo lá ao longe
o fogo que alteia a chama
junto a um mar quase sempre inquieto mas vivo
E conversamos
E ficamos ali observando o horizonte
E nós embevecidos com o olhar embaciado
pela ternura de mais um dia que colecionamos
E conversamos
Eu pouco te tenho a dizer
E tu pouco me dizes
as nossas palavras são outras
um toque de ombro, um toque de pés
uma teia de luz, um sal, uma mão que se dá
sentindo o fogo que alteia a alma
Sobrevivemos
E subimos e planamos e vivemos aquilo que mais ninguém vê
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