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Mensagens

acreditar no movimento da vida que se excede

Celebremos a força que vem de dentro e se estende aos outros. E se instalando por aí faça ricochete e volte na dose redobrada que nos alimente.

Doçura

 Ao teu ouvido murmuro o que mal podes ouvir um suspiro, um grito mudo os teus lábios que procuro quase parecem sorrir como se dissesses tudo. Há um sussurro que cai nos lábios entreabertos tua boca qual promessa E como um rio que vai a esses lábios desertos dar de beber água fresca Murmuro ao teu ouvido mil coisas de uma só vez e com meus dedos percorro o teu corpo agradecido na pele da tua nudez num momento eu vivo eu morro Tenho a minha mão na tua nossos dedos enlaçados teu colo sei-o de cor não tarda virá a lua fecho os olhos bem fechados pra te poder ver melhor Minha mão na tua mão Eu procuro nos teus lábios o travo do fruto maduro E teus olhos que me dão? Doçura, silêncios sábios que ao teu ouvido murmuro. Miguel Bastos

esse teu teto escancarado se confunde com a lua

Quando te disserem para calares, sorri com os olhos e grita! Quando te lembrarem que já é tarde, vai na mesma e acredita Mais vale tarde que nunca! Quando te pedirem prudência, transforma-a em urgência É essa a tua taça de glória! Vieste ao mundo para seres tu de novo cem mil vezes, se preciso for porque esse «teu teto escancarado se confunde com a lua.»* (* verso de Jorge Palma)

beleza e força

É muito interessante quando se sente que as palavras que vamos deixando aqui e ali transportam uma boa energia, entram nos outros que as absorvem à sua maneira e as convertem na sua própria linguagem. Estas pinturas que aqui se apresentam são a visão de quem sente a árvore como um ser vivo que conta uma história, que envolve, que protege, um símbolo de resiliência... A beleza e a força aliadas num desafio... Esta é a perspetiva de quem escreve às pinceladas. (produção artística de Marta Bastos Silva)

O canto?...

 Mar... esse teu mistério e essa tua força  Podia perder-me em ti e para sempre ficar. Deixar-me flutuar nessas tuas ondas que oscilam entre tempos de calmaria e outros de fúria apaixonada.  Deixa-me enamorar e mergulhar nessas tuas águas! Os meus pés de bailarina dançam ao teu sabor e os meus braços desenham movimentos que vão de encontro a ti. Sou feliz! Conta-me os teus segredos e mistérios que guardas nesses teus mares tão profundos! Conta-me histórias de marinheiros e piratas e em troca dou-te a dança das sereias! O canto?... o canto, esse sim é composto pelo idílico som do rebentar das tuas ondas e a dança de todo o meu ser! C.T.

Quando os olhos se habituam

Só te queria dizer que estou bem. Não te preocupes. Os fios do meu cabelo andam sempre em desalinho, conforme já sabes, ganhando vento. Os meus dez dedos… esses andam sempre abertos à espera de um abraço. A cabeça anda no ar (sempre), os braços ao alto em sereno sobressalto. Por vezes, a vida é toda chão, mas logo, logo, sou toda movimento e sou já sem chumbo à espera que me nasçam asas nos pés. E tenho sorte porque há sempre um de repente que me empluma ou um contra repente que me faz escorrer para o desapego. Sou cada vez mais uma nuvem gigante e cada vez menos osso ou carne. É este o desígnio. Não há nada a fazer… Há dias em que passo menos bem, tão precisada que ando de socorro, assim tão enleada, quase vapor, mas subo e subo às alturas do meu ser e viro (não pedra nem caco) mais uma gota já sem noção do espaço. Puxo da garganta palavras de peso que me elevem do chão e fico muda às voltas pelo ar. Tenho quase a certeza que sou bicho, fervendo de alma e inebriado de mar. Uma espécie

boa surpresa!

  Isto de ser professora tem muito que se lhe diga. Às vezes cansativo, outras frustrante. Tantas vezes, especial! E, um dia, eis que reaparece à nossa frente a rapariguita que conhecemos no 8º ano, mas com mais alguns anos em cima – transformada em mulher! Vem com um quadro na mão, pintado por si… qual onda a chamar por mim! Que boa surpresa, hoje! (trabalho de Clara Santos)

foste ao mar fui ao mar

Um chegar a tempo e com tempo.  Um sentar ao mesmo mar que é ato solene.  Um frente a frente. Um lado a lado.  Uma convocatória de vontades.  Um sentar e ficar.  Um estar.  Um conversar.  Um descartar cansaços.  Um apreciar o lugar escolhido. Qual animal a recuperar do estrondo dos dias.

Quem quereria viver num mundo sem árvores?

 E continua  a saga das árvores... ou da falta delas... Mais uma perspetiva! (Produção artística de Mariana a Miserável)